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Alterações no crescimento

Como o crescimento é avaliado?

Após o nascimento, altura e peso devem ser avaliados até os 18 anos, inseridos os valores nas curvas de crescimento para avaliar se o padrão de crescimento da criança está compatível com outras de mesmo sexo e idade, e verificar se o crescimento está de acordo com o padrão de estatura da família.

Como é calculado a altura-alvo familiar?
A fórmula matemática para calcula-la é a seguinte (cálculo em cm):
 Meninas = Altura da Mãe (cm) + (Altura do Pai (cm) – 13) / 2
 Meninos = Altura da Mãe (cm) + (Altura do Pai (cm) + 13) / 2

O que é a velocidade de crescimento?
É a quantidade que uma criança deve crescer em determinado período e expresso em centímetros por ano. Por exemplo, uma criança que cresceu 3,0 centímetros, em quatro meses, equivale dizer que ela vai crescer 9,0 centímetros ao ano, caso ela se mantenha no ritmo. A partir da análise da provável velocidade do crescimento, podemos dizer se o
crescimento está adequado ou não.


A média de velocidade de crescimento de acordo com a idade da criança é:
 Nascimento – 1 ano de idade = 25 centímetros por ano.
 1 ano- 3 anos de idade = 12,5 centímetros por ano.
 3 anos - Puberdade = 5 a 7 centímetros por ano (meninas = 8 a 10 centímetros ao ano; meninos = 10 a 12 centímetros ao ano)

Como saber por quanto tempo a criança irá crescer?
A avaliação de quanto tempo ainda resta de crescimento é feita pelo exame de idade óssea realizando um Raio X de mãos e de punhos. Saber a Idade Óssea de uma criança ou adolescente é importante para o diagnóstico e acompanhamento dos distúrbios de crescimento.
Além de fatores genéticos, diversas situações caracterizadas por falta ou excesso de hormônios alteram a Idade Óssea. Por exemplo: obesidade, puberdade precoce, hiperplasia adrenal congênita, hipertireoidismo, podem acelerar o ritmo de crescimento; enquanto deficiência de hormônio de crescimento, hipotireoidismo, atraso da puberdade, excesso de glicocorticoide, podem retardá-lo.

O que determina o crescimento das crianças?
Para que a criança atinja todo o seu potencial, muitos fatores estão envolvidos: nutrição, ausência de doenças crônicas, sono adequado, prática moderada de exercícios, saúde emocional entre outros. Mas, o principal fator para determinar a altura de um adulto, é mesmo a genética.


Quais são os caminhos de investigação dos fatores genéticos, como causa da baixa estatura?
Já que 80% da estatura adulta depende de fatores genéticos, faz todo sentido investigar as causas dessa natureza, que estão influenciando na Baixa Estatura. São centenas deles que interagem entre si e contribuem, cada um, com uma parcela maior ou menor para a estatura final. O avanço nas técnicas de pesquisa, aos poucos, vem ganhando também o terreno do consultório clínico. O conhecimento do diagnóstico genético é importante, por trazer respostas para a família, sobre o risco de recorrência de determinada patologia, além de poder influenciar no tratamento, direcionando sobre doses e tipos específicos de medicamentos.

Existe alguma relação entre baixa estatura e obesidade?

Geralmente a criança que está obesa cresce até mais que o esperado. Mas isso não a tornará um adulto alto. A tendência é que ocorra um avanço da idade óssea, e no final a criança obesa fica do tamanho esperado para o seu potencial genético. Se uma criança tem redução da velocidade do crescimento, ao mesmo tempo em que ganha muito peso, é necessário ficar alerta.

A combinação de obesidade com baixa estatura indica que algo mais complexo está ocorrendo, como deficiência no hormônio de crescimento, hipotireoidismo, excesso de glicocorticoides ou até mesmo, síndromes genéticas.

A falta de sono prejudica o crescimento? Por quê?
É comum na infância escutarmos a frase: “Vai dormir, senão você não cresce". Um clichê dos pais, mas eles estão certos. O hormônio do crescimento (GH) é produzido e liberado no organismo durante o sono, principalmente, ao longo da noite. Cerca de 30 minutos após o adormecimento, com maior produção, a partir das 22 horas, até às seis da manhã. Por isso, crianças que dormem pouco, podem apresentar déficit de crescimento, prejuízos na memória, irritabilidade,menor concentração e dificuldades de aprendizado. E não vale compensar a pouca quantidade de sono noturna, dormindo toda a parte da manhã ou com “sonecas” vespertinas. Dormir de dia, não produz o mesmo efeito. Por isso, é importante estabelecer horários para dormir e não permitir que os filhos durmam menos do que o suficiente.

Qual a importância da atividade física no crescimento?

As diferentes modalidades esportivas não aumentam ou diminuem a estatura de crianças e dos adolescentes. As atividades esportivas de moderada intensidade, quando adequadamente programadas para cada idade e supervisionadas por um profissional responsável, são parte de uma vida saudável além de melhorar a densidade mineral óssea. A atividade física extenuante, principalmente, se associada à restrição dietética, afeta o crescimento e o desenvolvimento da puberdade.


É comum ver crianças e adolescentes exagerando na musculação. Essa atividade pode
atrapalhar o crescimento?

De fato, não é aconselhável fazer um treino de musculação muito pesado antes do fim da puberdade. Após o pico do estirão do crescimento, quando o corpo da criança se desenvolver por completo, com orientação de um bom profissional, a musculação será muito bem-vinda. Enquanto isso, é melhor fazer exercícios de força utilizando o próprio peso ou pesos livres mais leves e evitar treinos exagerados! E claro, continuar nas modalidades esportivas aeróbicas como futebol, natação, dança, ballet e tantas outras.

 

É verdade que vitamina faz crescer?
- Em uma criança saudável e bem nutrida o uso de vitaminas em nada ajuda no crescimento. Algumas crianças podem ter ingestão e absorção de nutrientes e vitaminas dificultada devido a determinadas doenças e, nesses casos, precisam ser avaliadas por um médico que fará o diagnóstico da causa da deficiência de nutrientes e vitaminas, conduzirá o tratamento e fará a suplementação vitamínica necessária. Nesses casos específicos, o tratamento da doença ou condição e a suplementação vitamínica adequada ajudam no crescimento adequado da
criança.

 

A frase “se a vitamina não fizer bem mal não faz” é verdadeira?
As vitaminas em excesso, podem ser prejudiciais à saúde e, no caso dos problemas de crescimento, quanto mais cedo diagnosticamos a causa da baixa estatura e tratamos melhores são os resultados. Retardar o diagnóstico e início de um tratamento correto é prejudicial à saúde da criança.

 

“Não seria bom prescrever uma vitamina para que meu filho cresça melhor já que ele não gosta de comer?”
Não. Antes de se buscar o caminho mais fácil devemos procurar entender por que seu filho não gosta de comer. Às vezes um distúrbio alimentar pode estar por trás disso. Usar vitaminas sem indicação médica para “solucionar” deficiência de crescimento ou distúrbios alimentares sem adequada investigação médica pode adiar tratamentos da causa do que realmente está prejudicando a criança “Eu acho meu filho tão magrinho, não seria bom prescrever uma vitamina?” - Mais uma vez a avaliação médica se faz necessária. Com o aumento da obesidade e sobrepeso infantil é muito comum as mães olharem para seus filhos com peso adequado para estatura e considerarem magros comparados com os outros colegas. O pediatra da criança nas consultas de rotina coloca os dados de peso e estatura do seu filho em gráficos para avaliar se há realmente magreza ou baixo peso. Além disso existem muitas crianças com biotipo magro e bem saudáveis e nutridas que não tem nenhuma indicação de suplementação vitamínica. Vitamina tem que ser prescrita quando há indicação e o pediatra do seu filho vai avaliar se há necessidade ou não.


Uma criança com crescimento deficiente deve ser tratada com polivitamínicos?
Uma criança com crescimento deficiente deve ser avaliada por um endocrinologista pediátrico antes de se fazer qualquer tipo de tratamento para possíveis distúrbios do crescimento. A avaliação consiste em identificar se há realmente um crescimento deficiente ou baixa estatura, se a criança tem fatores que a colocam em risco para crescimento deficiente e, a partir daí, considerar investigação com exames laboratoriais e de imagem. Simplesmente começar a usar polivitamínicos sem nenhuma indicação em uma criança com baixa estatura pode postergar o diagnóstico do que de fato está prejudicando o crescimento dessa criança além de causar complicações como hipervitaminoses.


O que é hipervitaminose?
Hipervitaminose é quando uma vitamina está em excesso no organismo de uma pessoa, ouseja, acima da quantidade ideal  que deveria estar. Isso geralmente ocorre devido a suplementação vitamínica de forma indevida. O grande problema é que algumas vitaminas são armazenadas no organismo e quando em excesso podem causar efeitos colaterais. O excesso de vitamina A, por exemplo pode causar aumento da pressão intracraniana (dentro da cabeça), O excesso de vitamina C pode provocar cálculos renais além de distúrbios gastrintestinais e incômodo na bexiga porque acidifica a urina. O excesso de vitamina D pode aumentar a concentração de cálcio no sangue causando desidratação, constipação, náuseas, diminuição do apetite e fraqueza. O excesso de vitamina E pode causar alterações na coagulação, distúrbios gastrintestinais e dor de cabeça crônica.

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